O automobilismo surgiu a
partir do momento em que foram inventados os carros movidos a gasolina. O
primeiro registro de um automóvel com motor de combustão interna data de 1885,
na Alemanha, produzido por Karl Benz e Gottlieb Daimler.
A partir daí, com o aumento
do número de veículos, os proprietários se organizaram para testar a potência
de seus carros, e assim surgiram as corridas. Em 1894, em Paris, um modelo
Peugeot foi o primeiro movido a petróleo a vencer uma disputa com outros 20
concorrentes, no percurso Paris-Rouen (cidade francesa que fica na foz do Rio
Sena). Nessa época, os veículos utilizados para as corridas eram os mesmos que
andavam pelas ruas, e as grandes fábricas apoiavam o uso de seus veículos em disputas
do gênero como forma de valorização do produto.
Com o tempo e o interesse
pela modalidade crescendo, em 1895 foi criado o Automóvel Clube da França, que,
na sequencia, começou a organizar corridas frequentes entre cidades. Em 1898
aconteceu a primeira prova internacional: a Paris-Amsterdã-Paris. Naquela
época, as fábricas, percebendo a oportunidade de atenção do público que surgia
com essas corridas, começaram a montar carros apropriados, mais leves e
potentes. Entretanto, a primeira disputa somente com veículos de corrida
aconteceu dois anos mais tarde, no percurso Paris-Lyon. Até então, as
competições aconteciam nas ruas, que nem sempre eram fechadas ao público, o que
provocava alguns acidentes.
Foi em meio a esse período
que surgiu a Federação Internacional de Automobilismo (FIA), fundada em 1904,
em Paris, com o intuito de regulamentar todos os torneios em questão.
Atualmente, a entidade conta com 213 organizações nacionais de esportes a motor
em todo o mundo, com mais de 100 milhões de profissionais direta ou
indiretamente ligados a ela.
Surgiu, então, a ideia do
Grande Prêmio da França, corrida disputada em um traçado circular, o que
poderia evitar problemas com pedestres desavisados. Em 1906, 32 veículos deram
12 voltas em estradas em torno da cidade de Le Mans.
A novidade foi adaptada
pelos ingleses logo no ano seguinte. Se um circuito circular tornaria as provas
mais seguras, um traçado próprio para corridas melhoraria ainda mais as
questões de segurança. Assim foi criado o primeiro autódromo do mundo, na
Grã-Bretanha, em área localizada a 30 quilômetros de Londres.
O espaço representava uma
nova alternativa às corridas de automóveis, que deixaram de ser disputadas
exclusivamente nas ruas. Paralelamente a esse cenário, o automobilismo crescia
como esporte e se expandia para outros continentes. Em 1909, os
norte-americanos construíram o autódromo de Indianápolis, que existe até hoje e
é um dos mais importantes de todo o planeta.
Treze anos depois, os
franceses começaram a organizar a competição em Le Mans, com uma forma de
disputa inédita até então. Seria uma prova de resistência, com dois pilotos
alternando-se no volante em uma corrida de 24 horas de duração. O modelo
funcionou, e a tradicional prova das 24 horas de Le Mans é realizada até hoje.
As corridas, porém,
evoluíram de acordo com a melhora na fabricação dos veículos. Com o passar do
tempo, as grandes montadoras aumentaram a potência dos carros e também sua
segurança, com a instalação do sistema de freios a disco e o aprimoramento da
aerodinâmica, mantendo o equipamento sempre próximo ao chão.
No Brasil, as corridas de
automóveis surgiram da mesma forma como se deu seu aparecimento no continente
europeu - ou seja, a partir do uso constante de veículos pela população. Por
volta de 1908, os carros chegavam ao país por meio dos grandes portos, como o
de Santos e o do Rio de Janeiro, e tinham acesso a eles apenas as pessoas de
maior poder aquisitivo.
O primeiro grande circuito
para a prática do automobilismo foi o da Gávea, no Rio de Janeiro, criado em
1933. O de Interlagos, em São Paulo, que atualmente é o principal autódromo do
país, surgiu em 1940 e transformou a cidade paulista no principal expoente do
esporte em território nacional. Tanto que a fundação da Federação de
Automobilismo de São Paulo (FASP) aconteceu cerca de dois meses antes que o
surgimento da Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA) - a primeira foi
criada em 14 de julho de 1961, enquanto a segunda foi fundada em 7 de setembro
de 1961.
Hoje, a entidade nacional é
quem regula o esporte em todo o país e conta com 18 federações estaduais
filiadas, além de mais de oito mil pilotos cadastrados. Atualmente, a CBA é
responsável pela organização de 24 campeonatos automobilísticos nacionais.
Paralelamente, são disputados torneios regionais, coordenados pelas federações
estaduais.
No automobilismo atual,
existem dois tipos de carro bem característicos: Turismo e Fórmula. Os
primeiros são veículos de rua adaptados a competições, ou carros com chassis
tubulares cobertos com carroceria de carros de rua. Já os carros Fórmula são
monopostos (com lugar apenas para o piloto) construídos especificamente para
competições, não sendo encontrados nas ruas.
Dentro dessas divisões,
existe um conceito básico, o de protótipos e originais. Os originais são os
carros de rua, revendidos normalmente em concessionárias, que são adaptados
para competições. Carros protótipos, no entanto, são aqueles produzidos
especialmente para competição, ou seja, literalmente fora de série.
Atualmente, com a evolução
da tecnologia que cerca o automobilismo, a segurança dos pilotos é bem maior
que nos primórdios do esporte. Hoje, os carros de competição têm três sistemas
básicos de proteção ao piloto, que variam de acordo com o tipo de veículo. Nos
Turismo sem chassi tubular, uma estrutura de molibdênio (um tipo de metal),
conhecida como santantônio, é inserida dentro do habitáculo, nas laterais e no
teto, para evitar que o peso do carro comprima o piloto em caso de capotagem.
Nos Turismo de chassi tubular, essa estrutura já está incluída no projeto do
carro, com as mesmas características. Nos Fórmula, o mais comum é que haja a
célula de sobrevivência. Trata-se de uma proteção de fibra de carbono ao redor
do habitáculo do piloto, que funciona como uma cápsula em caso de acidentes.
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